O corpo do morto

A nova embalagem do biscoito Queijinho, vulgo Bolinha, da Piraquê. Como vocês podem ver – apesar da baixa qualidade e das sombras desta foto doméstica – as fotos dos biscoitos foram substituídas por um desenho de quinta categoria. Nem por hipnose alguém me convenceria de que esta coisa horrorosa é melhor e mais eficiente, moderna etc que o modelo anterior, criado por Lygia Pape.  Crime.

14 thoughts on “O corpo do morto

  1. Pior do que que a nova embalagem é o produto em si. Está certo que estes salgadinhos nunca foram exatamente saudáveis, mas agora se tornaram uns uns disquinhos duros e achatados com gosto obviamente artificial.

    Antes o pecado valia a pena agora são uma massa disforme de sal e gordura.

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  2. Acabei de ver uma reportgem na Folha de São Paulo sobre a mudança nas embalagens da Piraquê e fui vendo várias discussões levantadas por você e pelos comentaristas sobre mudar ou não uma embalagem. Eu adoro mudanças nas embalagens, talvez por ser novo e não ter tantos laços afetivos com marcas antigas como a Piraquê. Eu não ia engrossar o time de comentaristas até ver essa nova embalagem e pensar “Por que mudaram?” entre manter a embalagem original, e linda, e fazer apenas uma releitura, bem mais fraca, como o exemplo citado, prefiriria manter a tradição. Ficou um trabalho bem abaixo do original e muito mais ainda do que o mercado exige hoje em dia, splashs, curvas e brilhos, coisas que adoro. Não sei o que foi mais burro, mudar por mudar ou mudar pra isso. Parabéns pelo blog.

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    1. Oi, Felipe, que bacana o seu comentário! Acho que a grande questão é esta: ninguém é contra a mudança por birra. Mas a mudança tem que levar em conta a história do produto. Foi isso que quis dizer quando falei que design é afeto. E foi isso também que o André Stolarski e o Eduardo Foresti, dois craques, destacaram em seus depoimentos à Folha. Uma boa identidade visual cria vínculos afetivos com o consumidor e isso deve ser levado em consideração na hora das modernizações. Beijoca e volte sempre.

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  3. Pensando um pouco aqui, lembrei de um caso de reformulação que não gerou tanto impacto quanto a já citada e tão comentada no “mundo do design”. É o caso do fermento em pó Royal. É algo que fez parte da minha infância e acredito que de muitos que por aqui passam. E reformularam a embalagem mantendo os elementos mais fortes e marcantes, resultando em um baixissimo indice de rejeição… #prontofalei rss

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  4. …não sabia que o desenho dessas embalagens “eram” da Lygia Pape, sempre comprei os salguadinhos piraquê atraida pela embalagem.
    vendo sua reportagem me senti um tanto ignorante (apesar de não ser da área do design gráfico e sim de produto).
    taí esse absurdo de trocar as embalagens passa pelo total descaso da memória nacional…
    excelente sua reportage!
    vc. sabe de alguma publicação que comtemple esses tipos de embalagens, ícones brasileiros como Granado, Minancora e etc…?
    abs., dani

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  5. Daniela,

    não estava sabendo dessa mudança nas embalagens da Piraque. Realmente acabaram com algo que era genial. Muito triste…
    Comprarei algumas para guardar de recordação, caso encontre no mercado.

    E viva o RSS! 🙂

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