INDIVIDUAIS – Artistas em atividade
Angelo Venosa – Turdus
O escultor italo-paulistano, carioca por adoção, fez a melhor exposição individual do ano na Casa de Cultura Laura Alvim. “Turdus” é um destes raros momentos de encruzilhada em que a obra de um artista – neste caso, um grande artista – vem à tona em sua plenitude. Para lembrar das obras, criadas a partir de um crânio de sabiá guardado por Venosa durante anos, clique aqui e leia a crítica feita na época da inauguração.
Nelson Félix
O artista ocupou as Cavalariças do Parque Lage no apagar das luzes de 2009, mostrando que é um dos bambas do site specific no Brasil. As vigas de ferro que perpassam o prédio histórico tiram o fôlego e reafirmam as Cavalariças como o palco da experimentação no Rio de Janeiro.
Nuno Ramos – Soap opera
A exposição que levou uma fábrica de sabão para a dentro da galeria Anita Schwarcz, em março, ampliou a relação de Nuno com a palavra e deixou em carne viva duas questões-chave de seu processo criativo: a morte e a ambiguidade. O sabão, originalmente um sebo nojento, ganha perfume para limpar. Na galeria, mumificava barcos “naufragados”, de onde saía uma cantilhena ininterrupta.
Luiz Zerbini – Ruído
“Ruído” é uma exposição para ser vista muitas vezes e em silêncio. Aprofunda e torna mais sutis as relações de Zerbini com o retrato, sua especialidade desde os anos 1980, e também com a história da arte. Aproximações com as obras de Monet e Velásquez são bastante possíveis. A mostra fica em cartaz na Casa de Cultura Laura Alvim até fevereiro.
Regina Silveira – Linha de sombra
A artista gaúcha ganhou, nos 20 anos do Centro Cultural Banco do Brasil, um panorama que faz justiça à singularidade de sua trajetória. Os fantasmas que assombram e alimentam a pintura são o motor da mostra, que analisei numa crítica para a revista Bravo! Para ler, clique aqui.
Annabella Geiger – vídeos
Inquieta e multifacetada, a artista inaugurou em dezembro uma retrospectiva de seus trabalhos em vídeo no Oi Futuro. Além de fazer a documentação dos bons trabalhos de Annabella em vídeo, a mostra celebra a relação dela com o crítico Fernando Cocchiarale, curador da montagme no Oi, seu parceiro em um dos cursos mais duradouros do Parque Lage e seu interlocutor de toda uma vida.
PANORAMA
Jorge Guinle
A exposição que esteve em cartaz no MAM, com curadoria de Ronaldo Brito e Vanda Klabin, lançou novas luzes sobre a obra do pintor. Ver as pinturas durante o dia era uma aula sobre o uso da cor.
COLETIVA
Trilhas do Desejo – Rumos Visuais
A seleção feita por Paulo Sergio Duarte, inaugurada em dezembro no Paço Imperial, chama a atenção pela qualidade dos artistas – há bons trabalhos de Felipe Cohen, Rafael Alonso, Jaqueline Vojta e Tiago Romagnani, entre muitos outros – mas também pela montagem extremamente bem feita e pelos textos fluidos, diretos, sem a criptografia que por vezes mantém a crítica (e, consequentemente, a arte) afastada do público.
INTERNACIONAIS
Vanguarda Russa
“Promenade” foi o melhor quadro de Chagall visto no Brasil em 2009 e um dos destaques desta exposição excepcional. Sem os pecados das mostras de Matisse e Chagall, que analisaremos em um próximo post, este mergulho em um dos mais importantes movimentos artísticos da história da arte trouxe peças importantes de Kandinsky e Malévitch para o Rio e São Paulo, demonstrando por que o construtivismo está na raiz da arte contemporânea de todo o mundo ocidental.
Sophie Calle
A artista francesa é boa de marketing, mas também excelente na obra. “Cuide de você”, que ganha visita-guiada com a própria Sophie e o curador do MAM-RJ, Luiz Camillo Osorio, nesta sexta, 8 de janeiro, às 15h30, esteve antes no Sesc Pompeia, em São Paulo. É desconcertante. Leia mais aqui.
INTERVENÇÕES URBANAS
O voo de Suzana Queiroga
“Velofluxo” foi um projeto que assinalou o grande amadurecimento na carreira da artista. Integrante do grupo de alunos do Parque Lage que formou a chamada “Geração 80”, Suzana encontrou no balão a síntese para a pintura expandida que caracteriza seu trabalho, que hoje funde infláveis coloridos de outros tempos com uma pesquisa originalíssima sobre os percursos e mapas – os fluxos, enfim – de cada cidade. O balão rosa-choque fez voos na Lagoa e no Parque do Flamengo.
Opavivará/ Praça Tiradentes
A intervenção do coletivo de jovens artistas foi o ponto alto da ocupação da Praça Tiradentes durante o Viradão Carioca, em junho. Em “Pula a cerca”, escadas instaladas ao longo da grade que cerca a praça sugeriam que a população “pulasse a cerca” e ocupasse novamente o espaço público da praça, palco histórico de grandes acontecimentos da história do Rio. A coordenação do núcleo de artes visuais do evento ficou a cargo de Ana Durães e Claudia Zarvos, com produção executiva de Mauro Saraiva/Tisara. O grupo também fez ótima exposição-happening na galeria Toulouse: “Eu amo camelô” foi inaugurada em dezembro.
Iole de Freitas na Casa França Brasil merece um registro não ?
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Acho a Iole uma grande artista, Duda, mas não acho que, desta vez, a mostra esteja entre uma das melhores do ano. Beijos.
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Eu achei Virada Russa a melhor exposição coletiva do ano. Gostei muito também de Linha de Sombra. Mas aqui, em São Paulo, a intervenção urbana que eu mais gostei foi Passeio Selvagem, de Regina Silveira – mas eu sou suspeita pra falar da artista =). Gostei do seu blog. Parabéns!
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obrigada! este ano vou tentar dar mais coisas de SP, já que vou praí com mais frequencia. Valeu pela visita, volte sempre. bjks
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ficou faltando a expo do david cury no mam, antonio conselheiro não seguiu o conselho.
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realmente, Letícia, foi uma omissão minha. o painel com as etiquetas pimaco vermelhas era tudo! vou corrigir.
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